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Novembro Roxo: mês de conscientização da prematuridade

Prematuridade

Uma gravidez geralmente dura aproximadamente 37 a 42 semanas.  Todo bebê nascido antes de completar 37 semanas de gravidez é considerado prematuro. E quanto menor a idade gestacional ao nascimento, maiores as chances desses bebês precisarem de cuidados especiais, devido a imaturidade dos orgãos em desenvolvimento. Existem enormes desigualdades nas taxas de sobrevivência de acordo com a idade gestacional, em todo o mundo. Essa desigualdade se deve à falta de cuidados básicos, como calor, apoio à amamentação e tratamentos de infecções em países em desenvolvimento, por exemplo. As complicações prematuras do nascimento são a principal causa mundial de mortes abaixo de 5 anos e muitos sobreviventes enfrentam uma vida inteira de incapacidade, incluindo dificuldades de aprendizagem e problemas visuais e auditivos. A prematuridade permanece um desafio aos profissionais e familiares envolvidos! A busca por fatores causais, métodos de rastreamento e prevenção tem sido constante na Medicina. O apoio e acolhimento às famílias de bebês prematuros é fundamental para que a caminhada seja mais tranquila e segura!

Quando um bebê nasce antes das 37 semanas de gravidez, ele nasce prematuro. 

No mundo inteiro, o nascimento prematuro é uma das principais causas de mortalidade neonatal e representa mais da metade de todas as mortes de bebês.  15 milhões de bebês nascem prematuros a cada ano – em todo o mundo. Isso é cerca de 1 em 10 e os números continuam aumentando. Embora a taxa de sobrevivência de bebês prematuros melhore continuamente graças aos avanços da medicina, o nascimento prematuro permanece um grande desafio. A presença de múltiplos fatores causais limita o sucesso dos programas de prevenção da prematuridade, os quais, habitualmente focam apenas em um aspecto dentro de uma situação complexa multifatorial. Além disso, a morbidade a longo prazo ainda representa um grande problema.

QUAIS OS FATORES DE RISCO PARA A PREMATURIDADE?

O parto pré-termo pode ter diversos fatores envolvidos!

➡️ O tabagismo, uso de drogas e álcool, longas horas de trabalho e altos níveis de estresse, falta de suporte social durante a gravidez e um pré-natal de início tardio ou mesmo o não acompanhamento por um profissional habilitado são fatores relacionados ao estilo de vida que contribuem para a prematuridade.

➡️ A história médica da paciente também tem grande influencia,  como por exemplo: pressão alta, diabetes, obesidade e baixo peso, gestações múltiplas, história prévia de um parto prematuro, infecções e alterações na anatomia do útero e do colo uterino.

Estes são apenas alguns fatores que aumentam o risco de prematuridade. Cerca de 50% dos partos, a causa real, bem como as possibilidades de prevenção permanecem desconhecidas. Um estilo de vida saudável, prevenção e tratamento de doenças,  cuidados regulares de pré-natal , por outro lado, podem contribuir para um parto a termo.

O IMPACTO DA PREMATURIDADE NA VIDA DE UMA CRIANÇA 

A prematuridade pode afetar a vida da criança a curto e a longo prazo no desenvolvimento neuropsicomotor. No entanto, o nascimento prematuro não afeta apenas a saúde e o desenvolvimento da criança. Também afeta fortemente os pais e outros membros da família em um nível psicológico, social e também financeiro.  O impacto na saúde da criança vai desde deficiências físicas, como a paralisia cerebral, até problemas de aprendizagem, alterações comportamentais, desordens psiquiátricas, doenças respiratórias, cardiovasculares e distúrbios visuais.  Quanto menor a idade gestacional ao nascimento, maior a chance de ocorrer tais desordens a longo prazo.

É POSSÍVEL DETERMINAR SE UMA GESTANTE TEM MAIOR OU MENOR RISCO DE TER UM PARTO PREMATURO?

Sim! Podemos rastrear as gestantes que tem um risco aumentado de ter um parto prematuro durante o pré-natal!  A ultrassonografia tem contribuído muito no rastreamento e consequente, prevenção da prematuridade, ao detectar o colo curto! Sabemos que o apagamento e encurtamento do colo uterino é o caminho final e comum a praticamente todos os casos de parto pré-termo espontâneo. A medição rotineira do comprimento do colo uterino na época do US Morfologico de 2 Trimestrena época do US Morfológico de 2º Trimestre, em gestações únicas ou múltiplas, tem possibilitado a identificação e tratamento de mulheres que apresentam um colo com comprimento inferior ou igual a 25 mm! Esse regime de rastreamento tem contribuído de maneira convincente para a redução de parto pré-termo antes das 32 semanas e reduziu significativamente os índices de morbidades neonatais, como por exemplo, a síndrome do desconforto respiratório neonatal.  Esse método de triagem é simples e se apoia em um rotina de ultrassons que já existe no pré-natal. Sendo realizado durante a ecografia morfológica de segundo trimestre.

MEDIDAS QUE PODEM SER TOMADAS PARA DIMINUIR O RISCO DE UM TRABALHO DE PARTO PREMATURO

É importante falarmos sobre quais as possibilidades de tratamento que existem atualmente para as gestantes que tem risco aumentado de um parto prematuro. As pacientes que tem uma história prévia de prematuridade e aquelas que possuem um colo curto  (< ou = 25 mm) no rastreamento ultrassonográfico de segundo trimestre, podem se beneficiar de três tratamentos:

Progesterona: utilizada preferencialmente por via vaginal, reduz a incidência de parto pré-termo antes de 33 semanas em 45%, reduz a síndrome do desconforto respiratório e os índices de morbidades neonatais. Praticamente livre de efeitos colaterais, mesmo em altas doses e tem um custo acessível;

Cerclagem: é um método de prevenção de parto prematuro no qual é feito uma sutura em torno do colo uterino com o objetivo de mantê-lo fechado.

Pessário: é um dispositivo que parece um anel, colocado via endovaginal, que “abraça” o colo uterino e também tem o objetivo de manter o colo uterino fechado. Essa método de prevenção do parto pré-termo tem o seu uso ainda bastante controverso. Nao há consenso na literatura sobre o seu uso.

A indicação do uso desses métodos profiláticos deve sempre ser discutida com o médico, para que cada caso receba o tratamento mais adequado e de acordo com a história da paciente! Referências:

  • EPIDEMIOLOGY and causes of preterm birth. The Lancet, [S. l.], p. 75-84, 5 jan. 2008.
  • Universal cervical length screening and vaginal progesterone prevents early preterm births, reduces neonatal morbidity and is cost saving: doing nothing is no longer an option. Ultrasound Obstet Gynecol, [s. l.], 2011.
  • www.efcni.org/activities/campaigns/wpd

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